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"DOMINGO NO MUNDO"ArtÃsta: Sérgio GodinhoAno: 1997AS ARMAS DO AMORFicha Técnica:Letra: Sérgio GodinhoMúsica: Sérgio Godinho ARRANJO: José Mário Branco MÚSICOS: percussão: Rui Júnior Quarteto de cordas 1º violino: Ana Beatriz Manzanilla 2º violino: Carmélia Silva viola: Pedro Sagliorbeni violoncelo: Irene Lima os campos minados da ignorância onde se infiltra friamente preconceito, esse sim, fatal,letal, brutal e não há senso que lhe valha o preconceito desempalha animais incongruentes atacando pela trilha de uma ilha outrora virgem Aparência de virtude O preconceito nunca falha flecha certeira na esteira da inocência aparência de virtude E por mais que se esconde na justificação pseudo-ética cosmética, caquética do seu valor de guardião das morais vitais pra lá do ano 2000 o preconceito não tem estado civil é casado com a morte divorciado da vida é viúvo de si mesmo é solteiro e porjunto separado suicída Desarmem o preconceito! Armem por favor as armas do amor amor no sentido primeiro e secular armem o mar armem o vento p’ro uso depois vão e regressem depois mas por quem sois mas por quem sois armem as armas do amor armem as armas do amor armem as armas do amor armem por favor as armas do amor Desarmem as metrelhadoras côr-de-cinza que defendem a condescendência cautelosa, lacrimosa das decisões oficiais carimbadas despachadas e só por isso legais mas que vão milhas atráz das atrozes realizadas que o corpo grita e a alma berra A condescendência não desferra No cofre forte onde se encerra a planificação ponderada de um problema complexo há soluções de fachada 2 mil mortos perfilados na parada há palestras sobre o sexo é um problema complexo no dano se ninguem resolve nada ano após ano 2 mil mortos perfilados na parada 1 por ano nossa escada de caracol para o nirvana Desarmem a condescendência! Armem por favor as armas do amor amor no sentido primeiro e secular armem o mar armem o vento p’ro uso depois vão e regressem depois mas por quem sois mas por quem sois armem as armas do amor armem as armas do amor armem as armas do amor armem por favor as armas do amor Desarmem a pose altiva emproada gargalha que veste a incompetência incipiência disfarçada de suma sabedoria quem diria quem diria que debaixo de uma só alogoria tanto exemplo existiria Exemplos de incompetência são aos montes são ás serras impossíveis de escalar passos vão, inúteis guerra A incompetência é incapaz de se olhar o cadaver inocente é olhado pelo soldado incontinente pelo menos é um olhar a incompetência, nem pensar nem pensar em juntar o resultado à vontade o sonhado à realidade é do real partir para a utopia menos mal assim seria menos mal Desarmem a incompetência! Armem por favor as armas do amor amor no sentido primeiro e secular armem o mar armem o vento p’ro uso depois vão e regressem depois mas por quem sois mas por quem sois armem as armas do amor armem as armas do amor armem as armas do amor armem por favor as armas do amor Desarmem a boa consciência arrogante altissonate, complacente da intolerância religiosa da intolerância civil da intolerância, tanto faz desdenhosa e incapaz de intruir na diferença a trave-mestra desta vida sal da vida A intolerância é uma água envenenada brota em jorros mas dos gritos só sai água silenciosa a mais perigosa engrossa rios, faz detritus traz a caixa das esmolas flutuando já tombada penetra casa e escolas leva livros ditos sagrados mas levados mais à letra que a própria letra das suas margens e assim ponde-se à margem dos próprios rios sagrados Desarmem a intolerância! Armem por favor as armas do amor amor no sentido primeiro e secular armem o mar armem o vento p’ro uso depois vão e regressem depois mas por quem sois mas por quem sois armem as armas do amor armem as armas do amor armem as armas do amor armem por favor as armas do amor |
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